Eles são (quase) todos iguais!

Quando era miúdo nunca liguei grande coisa à política… Também não a percebia, é uma verdade!

Coisa chata, sem interesse que só ganhava piada quando era altura de eleições. Aí era ver a distribuição massiva de canetas, balões, bonés, t-shirts, cromos (não os candidatos… os que colam mesmo). Uma maravilha. Algo que para uma criança como eu, que cresceu com pistolas de pau, e carros de arame… se tornava num Natal antecipado.

Depois cresci. E tomei consciência que até era conveniente perceber qualquer coisa de política, mesmo apesar de ela continuar a ser desinteressante, chata e até irritante como vinha a ser. Convinha aprender a ler as letras pequeninas!

Fui percebendo que mais do que eleger gente que tome decisões por nós, a política é um sério caso de bipolaridade, essa doença gravíssima. Vi isso por amigos e conhecidos meus, que pura e simplesmente abdicavam do seu livre arbítrio e seguiam a manda só porque sim!

Apesar de ter a minha costela partidária, nunca pactuei com a doença obsessiva que é seguir e defender um partido. O agitar de bandeiras, o bater de palmas só “porque sim”, o uso abusivo e enjoativo do termo “muito bem, muito bem!”… Os beijinhos, MEU DEUS… os beijinhos. Forçados, numa tentativa exasperada de conseguir a confiança de um eleitor.

Tudo soava (soa?) a falso

Agora com quase 33 anos, olho para a política ainda com mais interesse, mas infelizmente com o mesmo desdém e desilusão. Os ditos e não ditos, a terminologia cara típica de quem fala com aquele sotaque de “bancada parlamentar” (quase tão irritante como aquela pessoa que vai a França um ano, e regressa no verão a dizer “bonjour ça vá”), as redundâncias e as mentiras descaradas continuam a existir e a serem encaradas como uma realidade banal. E como tal, assim caminhou o nosso país para este triste estado.

Não sou de forma algum dos que diz que “os políticos são todos iguais”. Felizmente há uns melhores do que outros. Mas infelizmente às vezes penso que é gente que vai escasseando.

Gostava que um dia se fizesse política para as pessoas que votam. Juro que gostava… Elas mereciam!